Melhores investimentos para iniciantes: ranking e por onde começar
"Adriano, sou iniciante. Qual o melhor investimento pra mim?" Essa é, disparado, a pergunta que mais recebo. E a boa notícia: existe uma ordem lógica para começar a investir. Vou te mostrar o ranking dos melhores investimentos para quem está começando, com critérios objetivos e exemplos práticos.
Os 3 critérios para um bom investimento para iniciantes
Antes do ranking, você precisa entender o que torna um investimento adequado para quem está começando:
- Segurança: baixo risco de perder dinheiro
- Simplicidade: fácil de entender e aplicar
- Liquidez: poder resgatar quando precisar (pelo menos no começo)
Rentabilidade importa? Sim, mas vem depois. No início, você precisa criar o hábito de investir, entender como funciona e construir sua base. A sofisticação vem com o tempo.
Ranking: melhores investimentos para iniciantes
🥇 1º lugar: Tesouro Selic
Por que é o melhor para começar:
- Risco praticamente zero (garantido pelo governo federal)
- Liquidez diária (pode resgatar qualquer dia útil)
- Aplicação mínima de ~R$ 30
- Não oscila negativamente (nunca perde dinheiro)
- Rentabilidade próxima à Selic (~13,25% ao ano em nov/2025)
Para que serve: reserva de emergência, objetivos de curto prazo (menos de 2 anos), primeiro investimento.
Como começar: abra conta em uma corretora (XP, Rico, Clear, BTG), transfira o dinheiro e compre o Tesouro Selic. Simples assim.
Leia mais: Tesouro Direto vale a pena em 2025? Análise completa
🥈 2º lugar: CDB com liquidez diária (100%+ do CDI)
Por que é uma boa opção:
- Risco baixo (protegido pelo FGC até R$ 250 mil por CPF e banco)
- Rentabilidade geralmente maior que o Tesouro Selic (quando paga 105%+ do CDI)
- Liquidez diária em alguns CDBs
- Oferecido por bancos médios e grandes
Para que serve: reserva de emergência (alternativa ao Tesouro Selic), dinheiro que você pode precisar no curto prazo.
Atenção: verifique se o banco é sólido. Prefira bancos com rating bom e que tenham cobertura do FGC.
Leia mais: CDB, LCI e LCA: guia completo de investimentos em renda fixa
🥉 3º lugar: Tesouro IPCA+
Por que é importante:
- Protege contra a inflação (IPCA + juros reais)
- Ideal para objetivos de longo prazo (5+ anos)
- Rentabilidade previsível se segurar até o vencimento
- Risco baixo (garantido pelo governo)
Para que serve: aposentadoria, comprar casa, educação dos filhos, qualquer meta de longo prazo.
Cuidado: pode oscilar antes do vencimento (marcação a mercado). Só invista dinheiro que você não vai precisar no curto prazo.
4º lugar: LCI ou LCA (acima de 90% do CDI)
Vantagens:
- Isenção de Imposto de Renda (grande vantagem)
- Segurança (protegido pelo FGC)
- Rentabilidade líquida competitiva
Desvantagens:
- Maioria tem carência (90 dias a 2 anos)
- Aplicação mínima geralmente mais alta (R$ 1.000+)
Para que serve: parte da reserva de emergência (depois de ter uma base no Tesouro Selic), dinheiro que você não vai precisar por alguns meses.
Leia mais: LCI e LCA: isenção de IR, liquidez e quando valem a pena
5º lugar: Fundos Imobiliários (FIIs)
Por que estão no ranking:
- Renda passiva mensal (dividendos isentos de IR)
- Diversificação em imóveis sem precisar comprar imóvel físico
- Liquidez diária (negocia na bolsa)
- Acessibilidade (pode começar com ~R$ 100)
Riscos:
- Oscila mais que renda fixa (volatilidade)
- Rendimentos podem variar mês a mês
- Precisa estudar os fundos antes de investir
Para quem: quem já tem reserva de emergência, entende o básico de investimentos e quer começar a diversificar para renda variável.
Leia mais: Fundos imobiliários (FIIs): tipos, rendimentos e como funcionam
6º lugar: ETFs de índice
O que são: fundos que replicam índices como Ibovespa (BOVA11) ou S&P 500 (IVVB11).
Vantagens:
- Diversificação automática (você compra dezenas de ações de uma vez)
- Custos baixos (taxa de administração ~0,3% ao ano)
- Simplicidade (não precisa escolher ações individuais)
- Potencial de retorno maior que renda fixa no longo prazo
Riscos:
- Oscila bastante (pode cair 20-30% em crises)
- Precisa de longo prazo (5+ anos) para diluir volatilidade
- Não gera renda passiva regular
Para quem: quem já tem reserva, já investe em renda fixa e quer começar a se expor a ações com diversificação.
Leia mais: ETFs: fundos de índice explicados de forma simples
| Investimento | Risco | Liquidez | Rentabilidade esperada* | Ordem |
|---|---|---|---|---|
| Tesouro Selic | Muito baixo | Diária | 11-12% a.a. | 1º |
| CDB 105% CDI | Baixo | Variável | 11,5-12,5% a.a. | 2º |
| Tesouro IPCA+ | Baixo* | Diária* | 10-11% a.a. | 3º |
| LCI/LCA 90% CDI | Baixo | Baixa | 11-12% a.a. (isento) | 4º |
| FIIs | Médio | Diária | 8-12% a.a. + valorização | 5º |
| ETFs | Médio-alto | Diária | 10-15% a.a. (histórico) | 6º |
*Valores aproximados considerando cenário atual (nov/2025). Rentabilidade passada não garante retorno futuro.
*Tesouro IPCA+ pode oscilar antes do vencimento, mas tem liquidez diária.
Passo a passo: como começar do absoluto zero
Roteiro prático para os primeiros 12 meses
Meses 1-3: Construindo a base
- Quite dívidas caras (cartão de crédito, cheque especial)
- Abra conta em uma corretora confiável (XP, Rico, Clear, BTG)
- Faça transferência e compre seu primeiro Tesouro Selic
- Meta: guardar R$ 500-1.000/mês no Tesouro Selic
Meses 4-6: Completando a reserva
- Continue aportando no Tesouro Selic até ter 6 meses de despesas
- Comece a estudar sobre CDB e LCI/LCA
- Considere diversificar 20-30% para CDB 110% CDI ou LCI 90% CDI
Meses 7-9: Pensando no longo prazo
- Comece a alocar 30-40% dos novos aportes no Tesouro IPCA+
- Estude sobre perfil de investidor
- Defina seus objetivos de longo prazo (aposentadoria, casa própria, etc)
Meses 10-12: Começando a diversificar
- Se já tem reserva completa, destine 10-20% para FIIs ou ETFs
- Estude antes de comprar (leia sobre os fundos/índices)
- Comece pequeno e aumente conforme ganha confiança
Quanto começar em cada investimento?
Vou te dar um exemplo prático de como alocar se você consegue investir R$ 1.000 por mês:
Fase 1: Ainda não tem reserva (meses 1-6)
- R$ 1.000/mês → 100% Tesouro Selic
- Objetivo: acumular 6 meses de despesas
Fase 2: Já tem reserva (meses 7-12)
- R$ 400/mês → Tesouro IPCA+ (longo prazo)
- R$ 300/mês → CDB 110% CDI ou LCI 90% CDI
- R$ 200/mês → Completar reserva no Tesouro Selic (se necessário)
- R$ 100/mês → Estudar FIIs (comprar quando se sentir pronto)
Fase 3: Patrimônio consolidado (após 1 ano)
- R$ 300/mês → Tesouro IPCA+
- R$ 200/mês → CDB/LCI
- R$ 300/mês → FIIs
- R$ 200/mês → ETFs ou ações
Erros comuns de iniciantes (e como evitar)
1. Pular a reserva de emergência
Muita gente quer ir direto pra ações ou FIIs sem ter reserva. Aí vem um imprevisto e precisa vender no prejuízo. Não faça isso. Primeiro a base, depois a sofisticação.
2. Escolher investimento por "dica de amigo"
"Meu primo falou que CDB do banco X é bom." Não confie cegamente. Entenda o investimento antes de aplicar seu dinheiro. Use este guia como base.
3. Querer ganhar muito rápido
Investimentos seguros não vão te deixar rico em 6 meses. A mágica está nos juros compostos ao longo dos anos. Seja paciente.
4. Investir dinheiro que vai precisar no curto prazo
Não invista em Tesouro IPCA+ ou FIIs dinheiro que você vai precisar daqui 3 meses. Respeite a liquidez de cada investimento.
5. Desistir nos primeiros obstáculos
Teve um mês ruim? Perdeu o emprego? Acontece. O importante é voltar a investir assim que possível. Quem desiste perde todo o progresso.
Ferramentas para te ajudar
Use nossas calculadoras gratuitas para planejar seus investimentos:
- Calculadora de Juros Compostos - veja quanto seus aportes vão render
- Calculadora de Aportes Mensais - descubra quanto investir para atingir uma meta
- Calculadora de Reserva de Emergência - calcule quanto você precisa
- Calculadora de Independência Financeira - quando poderá viver de renda
- Simulador de Carteira - monte sua carteira ideal
Próximos passos: continue aprendendo
Este guia te deu a base, mas a jornada de investimentos é contínua. Continue estudando:
- Como começar a investir: passo a passo prático do zero
- Diversificação: por que não colocar todos os ovos na mesma cesta
- Alocação de ativos: como distribuir seu dinheiro entre investimentos
- Rebalanceamento de carteira: quando e como ajustar
- Impostos sobre investimentos: guia completo
Perguntas frequentes
1. Posso começar a investir com R$ 100 por mês?
Sim! O Tesouro Direto aceita aplicações a partir de ~R$ 30. Comece com o que você tem. R$ 100/mês investidos a 12% ao ano por 10 anos viram quase R$ 23.000. Não é pouco.
2. Quanto tempo leva para "dominar" investimentos?
Em 6 meses você entende o básico. Em 1-2 anos você fica confortável com renda fixa e começa a explorar renda variável. Mas o aprendizado é contínuo — eu invisto há 15 anos e ainda aprendo todo dia.
3. Preciso de muito dinheiro para diversificar?
Não. Com R$ 1.000 você já consegue ter 3-4 investimentos diferentes (Tesouro Selic, Tesouro IPCA+, CDB e um FII). O importante é não pulverizar demais. Qualidade > quantidade.
Conclusão: comece simples, evolua com tempo
O melhor investimento para iniciantes não é o que rende mais — é o que você entende, que te deixa dormir tranquilo e que você consegue manter regularidade. Por isso o Tesouro Selic está no topo do ranking.
Comece construindo sua base com Tesouro Selic. Depois adicione Tesouro IPCA+ para longo prazo. Aos poucos, diversifique para CDB, LCI, FIIs e ETFs conforme ganha confiança e conhecimento.
Lembre-se: todos os grandes investidores começaram do zero. A diferença está em dar o primeiro passo e manter consistência. Você consegue.
Quer ajuda para montar sua estratégia de investimentos?
Cada pessoa tem objetivos, prazos e perfil de risco diferentes. Se você quer uma orientação personalizada sobre por onde começar e como montar sua carteira, me chama no WhatsApp.
Falar com Adriano
Adriano Freire
Financial Advisor
Assessor de Investimentos credenciado pela Ancord, atuando através da Autem Investimentos, escritório parceiro do BTG Pactual.
Meu trabalho é ajudar você a investir com clareza, estratégia e disciplina. Acredito que educação financeira vem primeiro — por isso escrevo de forma direta, sem jargão, e sempre mostrando os dois lados da moeda.

