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Planejamento

Rebalanceamento de carteira: quando e como ajustar seus investimentos

28 de outubro de 2025•11 min de leitura

Você montou sua carteira de investimentos com 70% em renda fixa e 30% em ações. Passou um ano. As ações subiram muito e agora representam 50% da carteira. O que fazer? É aí que entra o rebalanceamento. Vou te explicar quando e como fazer isso sem complicação.

O que é rebalanceamento de carteira?

Rebalanceamento é o processo de ajustar sua carteira para voltar à alocação original (ou à alocação desejada). É como "arrumar a casa" dos seus investimentos.

Por que isso é importante? Porque com o tempo, alguns investimentos crescem mais que outros. Sua carteira fica desbalanceada e você acaba assumindo mais (ou menos) risco do que planejou.

Exemplo prático: você começou com R$ 100.000 assim:

  • R$ 70.000 em renda fixa (70%)
  • R$ 30.000 em ações (30%)

Depois de 1 ano, as ações subiram 40% e a renda fixa rendeu 12%. Agora você tem:

  • R$ 78.400 em renda fixa (65%)
  • R$ 42.000 em ações (35%)

Sua carteira saiu de 70/30 para 65/35. Parece pouco, mas se você não rebalancear, daqui alguns anos pode estar 50/50 ou até 40/60 — muito mais arriscado do que você planejou.

Por que rebalancear?

Rebalancear tem 3 benefícios principais:

1. Controla o risco

Quando você não rebalanceia, os ativos mais arriscados (ações, por exemplo) tendem a crescer mais e dominar sua carteira. Você acaba assumindo mais risco do que planejou.

Exemplo: você planejou 30% em ações porque esse é seu limite de risco. Se as ações crescem e viram 50% da carteira, você está assumindo 67% mais risco do que planejou.

2. Força você a "comprar na baixa e vender na alta"

Rebalancear significa vender o que subiu demais e comprar o que caiu. É o oposto do que a maioria faz (comprar na euforia e vender no pânico).

Exemplo: as ações subiram muito e viraram 50% da carteira. Você vende um pouco de ações (que estão caras) e compra renda fixa (que está mais barata proporcionalmente). Quando as ações caírem, você já terá vendido no topo.

3. Mantém você disciplinado

Rebalancear te obriga a seguir um plano. Você não toma decisões baseadas em emoção — você segue a estratégia que definiu lá no começo.

Rebalancear funciona?

Estudos mostram que carteiras rebalanceadas periodicamente têm retornos similares às não rebalanceadas, mas com MENOS RISCO. Ou seja: você ganha o mesmo com menos volatilidade.

Fonte: Vanguard Research - "Best practices for portfolio rebalancing"

Quando rebalancear?

Existem duas estratégias principais:

1. Rebalanceamento por tempo (calendário)

Você rebalanceia em intervalos fixos: a cada 6 meses, 1 ano, etc.

Vantagens:

  • Simples de implementar
  • Você não precisa ficar monitorando a carteira
  • Evita rebalancear demais (custos de IR e corretagem)

Desvantagens:

  • Pode rebalancear quando não é necessário
  • Pode não rebalancear quando é necessário (se o mercado oscilar muito entre os intervalos)

Recomendação: rebalancear a cada 12 meses é o mais comum. É um bom equilíbrio entre disciplina e custos.

2. Rebalanceamento por percentual (threshold)

Você rebalanceia quando a alocação se desviar X% do planejado. Por exemplo: se a alocação mudar mais de 5 pontos percentuais, você rebalanceia.

Exemplo: sua meta é 70% renda fixa e 30% ações. Você rebalanceia se a alocação sair da faixa 65-75% (renda fixa) ou 25-35% (ações).

Vantagens:

  • Você só rebalanceia quando realmente precisa
  • Captura melhor as oportunidades (compra na baixa, vende na alta)

Desvantagens:

  • Exige monitoramento constante
  • Pode gerar mais custos (IR e corretagem) se o mercado oscilar muito

Recomendação: use um threshold de 5 pontos percentuais. É o mais comum e evita rebalancear demais.

Qual estratégia eu uso?

Eu combino as duas: rebalanceio a cada 12 meses OU quando a alocação se desviar mais de 5 pontos percentuais. O que vier primeiro.

Isso me dá disciplina (rebalanceio pelo menos 1x por ano) e flexibilidade (rebalanceio antes se o mercado oscilar muito).

Como rebalancear na prática?

Existem 3 formas de rebalancear:

1. Vendendo e comprando (rebalanceamento ativo)

Você vende o que cresceu demais e compra o que caiu. É a forma mais direta.

Exemplo: sua carteira está 65% renda fixa e 35% ações. Você quer voltar para 70/30. Você vende R$ 6.000 de ações e compra R$ 6.000 de renda fixa.

Atenção: vender ações gera Imposto de Renda (15% sobre o lucro). Considere isso no cálculo.

2. Usando novos aportes (rebalanceamento passivo)

Em vez de vender, você usa os novos aportes para comprar o que está abaixo do peso. É a forma mais eficiente (não gera IR).

Exemplo: sua carteira está 65% renda fixa e 35% ações. Você quer voltar para 70/30. Você aporta R$ 10.000 TODO em renda fixa. Isso aumenta o peso da renda fixa sem vender ações.

Vantagem: não paga IR. É a forma mais eficiente.

Desvantagem: só funciona se você tiver aportes regulares. Se você não aporta, precisa vender.

3. Combinando as duas

Você usa novos aportes sempre que possível. Quando não for suficiente, você vende e compra.

Recomendação: essa é a melhor estratégia. Você minimiza o IR e mantém a carteira balanceada.

Exemplo prático completo

Vou te mostrar um exemplo completo de rebalanceamento:

Situação inicial (janeiro de 2024)

  • Patrimônio: R$ 100.000
  • Alocação desejada: 70% renda fixa, 30% ações
  • Renda fixa: R$ 70.000 (70%)
  • Ações: R$ 30.000 (30%)

Situação após 1 ano (janeiro de 2025)

  • Renda fixa rendeu 12%: R$ 70.000 → R$ 78.400
  • Ações subiram 40%: R$ 30.000 → R$ 42.000
  • Patrimônio total: R$ 120.400
  • Alocação atual: 65% renda fixa, 35% ações

Rebalanceamento

Você quer voltar para 70/30. Veja como fazer:

  • Meta renda fixa: R$ 120.400 × 70% = R$ 84.280
  • Meta ações: R$ 120.400 × 30% = R$ 36.120
  • Você precisa: vender R$ 5.880 de ações e comprar R$ 5.880 de renda fixa

Custos

Você comprou as ações a R$ 30.000 e agora valem R$ 42.000. Lucro: R$ 12.000.

Você vai vender R$ 5.880 de ações. Proporcionalmente, o lucro é: R$ 5.880 × (R$ 12.000 / R$ 42.000) = R$ 1.680.

IR: R$ 1.680 × 15% = R$ 252.

Resultado: você paga R$ 252 de IR para rebalancear. Vale a pena? Sim, porque você está controlando o risco e seguindo sua estratégia.

Alternativa: rebalancear com aportes

Se você aporta R$ 2.000 por mês, pode usar os aportes para rebalancear sem vender:

  • Você precisa aumentar a renda fixa em R$ 5.880
  • Você aporta R$ 2.000/mês TODO em renda fixa por 3 meses = R$ 6.000
  • Pronto! Você rebalanceou sem pagar IR

Checklist: como rebalancear sua carteira

  • ✓Defina sua alocação desejada (ex: 70% renda fixa, 30% ações)
  • ✓Escolha uma estratégia: por tempo (12 meses) ou por percentual (5 pontos)
  • ✓Calcule a alocação atual da sua carteira
  • ✓Se a alocação se desviou, rebalanceie usando novos aportes (se possível)
  • ✓Se não tiver aportes, venda o que cresceu e compre o que caiu
  • ✓Considere o IR no cálculo (15% sobre o lucro ao vender ações)

Perguntas frequentes

1. Com que frequência devo rebalancear?

A cada 12 meses é o mais comum. Rebalancear com mais frequência gera custos (IR e corretagem) sem benefício adicional. Rebalancear com menos frequência deixa sua carteira desbalanceada por muito tempo.

2. E se eu não tiver dinheiro para aportar?

Você precisa vender o que cresceu e comprar o que caiu. Sim, vai pagar IR. Mas é melhor pagar IR e manter sua carteira balanceada do que deixar o risco fugir do controle. Pense no IR como o "custo de manter a disciplina".

3. Preciso rebalancear se minha carteira está indo bem?

Sim! Rebalancear não é sobre "ir bem" ou "ir mal". É sobre manter o risco sob controle. Se as ações subiram muito, você está assumindo mais risco do que planejou — mesmo que esteja ganhando dinheiro. Rebalancear te protege de uma queda futura.

Conclusão

Rebalanceamento é uma das práticas mais importantes para quem investe no longo prazo. Ele controla o risco, força você a comprar na baixa e vender na alta, e mantém você disciplinado.

Não precisa ser complicado. Defina sua alocação desejada, escolha uma estratégia (12 meses ou 5 pontos percentuais) e rebalanceie usando novos aportes sempre que possível.

Lembre-se: diversificação sem rebalanceamento não funciona. É o rebalanceamento que mantém sua carteira alinhada aos seus objetivos.

Quer ajuda para rebalancear sua carteira?

Me chama no WhatsApp. Vou te ajudar a calcular sua alocação atual e montar um plano de rebalanceamento eficiente.

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Adriano Freire
Sobre o autor

Adriano Freire

Financial Advisor

Assessor de Investimentos credenciado pela Ancord, atuando através da Autem Investimentos, escritório parceiro do BTG Pactual.

Meu trabalho é ajudar você a investir com clareza, estratégia e disciplina. Acredito que educação financeira vem primeiro — por isso escrevo de forma direta, sem jargão, e sempre mostrando os dois lados da moeda.

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Assessoria de investimentos transparente e educacional.

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