AdrianoFreireAssessor de Investimentos
HomeBlogCalculadorasSimuladoresContato
WhatsApp
Voltar para o blog
Planejamento

Reserva de emergência: onde deixar, quanto ter e por quê

21 de outubro de 2025•7 min de leitura

Se tem uma coisa que eu falo pra todo cliente que me procura é: antes de pensar em qualquer investimento, você precisa ter uma reserva de emergência. E não é frescura — é o alicerce de qualquer planejamento financeiro sério.

O que é reserva de emergência?

É um dinheiro que você guarda especificamente para imprevistos: perda de emprego, problema de saúde, conserto urgente no carro, emergência familiar. Coisas que a gente não planeja, mas que acontecem.

A reserva de emergência não é pra realizar sonhos. Não é pra comprar um carro novo, fazer uma viagem ou dar entrada num apartamento. É literalmente pra emergências.

Quanto você precisa ter?

A regra geral que eu uso é simples:

  • Se você tem renda fixa (CLT, servidor público): 6 meses de despesas
  • Se você é autônomo ou tem renda variável: 12 meses de despesas
  • Se você tem dependentes ou responsabilidades grandes: 12 meses ou mais

Exemplo prático

Vamos supor que suas despesas mensais são de R$ 4.000 (aluguel, contas, mercado, transporte, etc.).

  • CLT: você precisa de R$ 24.000 (6 × R$ 4.000)
  • Autônomo: você precisa de R$ 48.000 (12 × R$ 4.000)

Parece muito? Eu sei. Mas você não precisa juntar tudo de uma vez. O importante é começar.

Onde deixar a reserva de emergência?

Aqui é onde muita gente erra. A reserva precisa ter três características essenciais:

  1. Liquidez diária: você consegue resgatar o dinheiro a qualquer momento, sem perder rentabilidade
  2. Segurança: baixíssimo risco de perder dinheiro
  3. Rentabilidade razoável: pelo menos acompanhar a Selic ou o CDI

Com base nisso, as melhores opções são:

1. Tesouro Selic

  • Rentabilidade: acompanha a taxa Selic (hoje em 13,25% ao ano)
  • Liquidez: diária (você resgata quando quiser)
  • Segurança: máxima (garantido pelo Tesouro Nacional)
  • Investimento mínimo: cerca de R$ 30
  • Custos: taxa de custódia de 0,20% ao ano + IR (tabela regressiva)

Minha opinião: é a minha primeira escolha pra reserva de emergência. Simples, seguro e rende bem.

2. CDB com liquidez diária

  • Rentabilidade: geralmente entre 100% e 110% do CDI
  • Liquidez: diária (mas confirme antes de investir)
  • Segurança: protegido pelo FGC até R$ 250 mil por CPF e instituição
  • Custos: IR (tabela regressiva)

Atenção: nem todo CDB tem liquidez diária. Alguns têm prazo de carência (você não pode resgatar antes de X meses). Pra reserva de emergência, só vale CDB com liquidez diária.

3. Fundos DI (com ressalvas)

Fundos DI também têm liquidez diária e rendem próximo ao CDI. Mas atenção: eles cobram taxa de administração (geralmente entre 0,5% e 1,5% ao ano), o que come parte da rentabilidade.

Minha opinião: só vale a pena se a taxa de administração for muito baixa (abaixo de 0,5%). Caso contrário, prefira Tesouro Selic ou CDB.

Onde NÃO deixar a reserva de emergência

  • ✗Poupança: rende menos que o Tesouro Selic e perde da inflação
  • ✗Ações: podem cair 20%, 30% ou mais em poucos dias
  • ✗CDB sem liquidez: você não consegue resgatar quando precisar
  • ✗Criptomoedas: volatilidade altíssima, não é lugar pra reserva

Como começar a montar sua reserva?

Eu sei que juntar 6 ou 12 meses de despesas parece impossível. Mas você não precisa fazer tudo de uma vez.

Passo a passo prático

  1. 1. Calcule suas despesas mensais

    Some tudo: aluguel, contas, mercado, transporte, plano de saúde, etc. Seja realista.

  2. 2. Defina sua meta

    6 meses de despesas se você tem renda fixa, 12 meses se é autônomo.

  3. 3. Comece com o que você pode

    Mesmo que seja R$ 200 por mês. O importante é criar o hábito.

  4. 4. Automatize

    Configure uma transferência automática todo dia 5 (ou no dia que você recebe).

  5. 5. Não mexa nesse dinheiro

    A não ser que seja uma emergência de verdade. Viagem não é emergência.

Exemplo real: quanto tempo leva?

Vamos supor que você ganha R$ 5.000 por mês, suas despesas são de R$ 3.500 e você consegue guardar R$ 500 por mês.

Meta: 6 meses de despesas = R$ 21.000

Tempo necessário: R$ 21.000 ÷ R$ 500 = 42 meses (3 anos e meio)

Parece muito tempo? Eu sei. Mas pensa comigo: se você não começar hoje, daqui a 3 anos e meio você vai estar no mesmo lugar. E se começar, você vai ter R$ 21.000 guardados, rendendo e te dando segurança.

E depois que eu completar a reserva?

Aí sim você pode começar a pensar em outros investimentos: Tesouro IPCA+ pra longo prazo, ações, fundos imobiliários, etc. Mas a reserva vem primeiro. Sempre.

Eu costumo dizer: a reserva de emergência é o que te dá liberdade pra arriscar em outros investimentos. Se você sabe que tem 6 meses de despesas guardados, você dorme tranquilo mesmo se a bolsa cair 20%.

Perguntas frequentes

1. Posso usar a reserva pra aproveitar uma oportunidade de investimento?

Não. A reserva é só pra emergências. Se você quer aproveitar oportunidades, crie uma "reserva de oportunidades" separada. Mas a reserva de emergência é intocável.

2. Preciso ter a reserva completa antes de investir em outras coisas?

Idealmente, sim. Mas se você já tem pelo menos 3 meses de despesas guardados, pode começar a diversificar aos poucos. O importante é não parar de alimentar a reserva até completar os 6 ou 12 meses.

3. A reserva precisa render muito?

Não. O objetivo da reserva não é rentabilidade máxima, é segurança e liquidez. Se ela render próximo à Selic ou ao CDI, já está ótimo. O foco é ter o dinheiro disponível quando você precisar.

Conclusão

Montar uma reserva de emergência não é sexy. Não é empolgante. Mas é o que separa quem tem controle financeiro de quem vive no aperto.

Eu já vi muita gente perder dinheiro porque precisou vender ações na baixa, resgatar investimentos antes do prazo ou pegar empréstimo caro. Tudo isso porque não tinha uma reserva.

Então, se você ainda não tem a sua, comece hoje. Mesmo que seja com R$ 100. O importante é dar o primeiro passo.

Quer ajuda pra montar sua reserva de emergência?

Me chama no WhatsApp. Vou te ajudar a calcular quanto você precisa e onde investir.

Falar com Adriano
Adriano Freire
Sobre o autor

Adriano Freire

Financial Advisor

Assessor de Investimentos credenciado pela Ancord, atuando através da Autem Investimentos, escritório parceiro do BTG Pactual.

Meu trabalho é ajudar você a investir com clareza, estratégia e disciplina. Acredito que educação financeira vem primeiro — por isso escrevo de forma direta, sem jargão, e sempre mostrando os dois lados da moeda.

Autem
Autem
BTG
BTG Pactual
Falar no WhatsAppLinkedInInstagram

Adriano Freire

Assessoria de investimentos transparente e educacional.

Links

  • Blog
  • Calculadoras
  • Simuladores
  • Contato
  • Política de Privacidade

Redes Sociais

LinkedInInstagramWhatsApp

Contato

Entrar em contato via WhatsApp

Informações Legais e Regulatórias

Autem AI Agente Autônomo de Investimento LTDA, inscrita sob o CNPJ nº 38.973.687/0001-14, é uma empresa de assessoria de investimento devidamente registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na forma da Resolução CVM 178.

Atuando no mercado financeiro como preposto do Banco BTG Pactual S/A, o que pode ser verificado através do site da ANCORD ou através do site do próprio Banco BTG Pactual S/A.

O Banco BTG Pactual S/A é instituição financeira integrante do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários, atuando como intermediário das operações de seus clientes. Na forma da legislação da CVM, o assessor de investimento não pode administrar ou gerir o patrimônio de investidores, pois é um preposto do intermediário e depende da autorização prévia do cliente para realizar operações no mercado financeiro.

Na realização de operações com derivativos existe a possibilidade de significativas perdas patrimoniais, inclusive superiores aos valores investidos.

A assessoria pode exercer outras atividades relacionadas ao mercado financeiro, de capitais, securitário e de previdência e capitalização, que podem ou não ser em parceria com o BTG Pactual ou demais instituições, e que podem ou não ser realizadas pela mesma pessoa jurídica da assessoria. Especificamente quanto a atividades de gestão, consultoria e análise de valores mobiliários, estas podem vir a ser desempenhadas por empresas do grupo e nunca pela própria assessoria de investimentos, considerando que são atividades conflitantes e que exigem segregação.

O investimento em ações é um investimento de risco e rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Para reclamações, favor contatar a Ouvidoria do Banco BTG Pactual S/A no telefone nº 0800-722-0048.

Para acessar nossa lista de sócios: clique aqui.

© 2025 Adriano Freire — Todos os direitos reservados.